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Estética de resistência no pós-1964
(ISBN: 978-85-8499-081-8)
Daniel Martins Valentini . Antonio Rago (orgs.)  | 
Páginas:  220
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Não sei meu cep
Revalorizando e rediscutindo a arte e a estética da primeira geração de modernos, surgiram, em fins dos anos 1950, movimentos que – ao perceberem o crescimento do embate entre as classes - se aproximaram da cultura popular, redimensionando o entendimento de arte moderna, por meio da busca de uma expansão do público e da possibilidade, em alguns casos, de tornarem-se produtores, livrando-se da ingerência e das armadilhas da indústria cultural, ao menos por algum tempo, mesmo curto. O diálogo com a realidade movimentou uma (na verdade mais) geração de artistas que não se contentavam com as respostas prontas e que ousavam acreditar em outros caminhos possíveis. O sonho, materializado em obras hoje fundamentais para o entendimento de nossa cultura, foi escurecido em subterrâneos e “Ministérios das informações” (Orwell, 2001), por meio de cortes em papéis e em carnes. Por ainda “sentirem o cheiro humano” (Bloch, 2002), foram perseguidos por tecnocratas e militares golpistas, numa aliança obscurantista, misóloga e misantropa. Resgatar os impactos diretos desses pensamentos nos motiva a enxergar “as centelhas da esperança” (Benjamin, 2012), a perceber nossa arte como capaz de desafiar vontades perversas e a indiferença ou neutralidade frente a elas.
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