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História

Ociosos e Sedicionários

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(ISBN: 978-85-8499-116-7)

GUSTAVO VELLOSO  | 

Páginas:  334

Populações indígenas e os tempos do trabalho nos Campos de Piratininga (século XVII)

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Descrição do Produto

Os europeus que estiveram no planalto de Piratininga durante o início da época moderna conheceram ali um número considerável de grupos nativos que, a despeito da sua diversidade, compartilhavam semelhantes padrões de assentamento e expectativas relacionadas ao trabalho produtivo, envolvendo os ideais de “esforço conveniente” e “recomeço” – ambos sintetizados na narrativa tupi-guarani sobre uma terra onde a obtenção de alimentos prescindiria do trabalho humano: yvy marane’ y. Progressivamente, as expectativas daqueles grupos indígenas foram sendo inviabilizadas pelo estranhamento decorrente da sua incorporação numa complexa estrutura de produção de excedentes de cujos controle, sentido e ritmos de trabalho eles se encontravam, grosso modo, alienados. Tentativas de restabelecimento da situação anterior estiveram na origem de suas reações violentas, bem como nas fugas individuais e coletivas que realizaram em momentos cruciais da história colonial paulista. Ao longo do século XVII, a noção espiralada do tempo de yvy marane’ y – terra para a qual se caminha, onde se consome e vive sem a necessidade de realizar trabalho e onde as mulheres velhas de tempos em tempos rejuvenesceriam junto a toda a sociedade – foi ultrapassada pela linearidade do tempo produtivo em que tudo e para tudo se trabalha, se opera, se produz. Esse tempo, adequado ao tempo da circulação global de valores e mercadorias, contribuiu à sua maneira para o sistêmico processo de formação histórica do modo de produção capitalista, à medida que foram expropriadas populações tradicionais, expandidos os espaços produtores de excedentes e condicionadas diferentes experiências de trabalho estranhado.
O leitor não encontrará neste livro nenhuma abordagem abstrata ou metafísica do tempo, nem mesmo problematizações do tempo em si, isto é, deslocado dos sentidos do trabalho humano e sua historicidade. Visa-se, antes de tudo, descrever de que maneira uma determinada experiência sobre o tempo e os ritmos do trabalho compulsório foi objetivamente incorporada na configuração da produção material e nas relações laboriosas vigentes em São Paulo seiscentista, passando inclusive a basear os fundamentos dos discursos formulados e a práxis realizada pelos atores envolvidos com o objetivo de intervir sobre tais realidades, fosse legitimando-as, modificando-as, delas escapando ou contra elas reagindo violentamente.